Galopim de Carvalho lança «Dicionário de Geologia»
Autor pretende "incrementar a divulgação" desta ciência "maltratada"
2011-12-02
Por Susana Lage (texto e fotos)
O livro foi apresentado na Reitoria da Universidade de Lisboa
Foi lançado, esta quarta-feira, o «Dicionário de Geologia» de A. M. Galopim de Carvalho. A obra inclui 9115 termos em português e em inglês e é uma contribuição do geólogo para as comemorações do Ano Internacional do Planeta Terra e do Centenário da Universidade de Lisboa.
Trata-se de “uma contribuição para vulgarizar e incrementar a divulgação da Geologia em Portugal, que continua muito maltratada”, afirmou o autor.
“O que me motivou a fazer este dicionário foi o facto de, nos anos 70, Carlos Teixeira da Universidade de Lisboa, que foi meu professor, ter iniciado esta obra fazendo fascículos da letra A, B, D, E”, contou A. M. Galopim de Carvalho.
Com o “desaparecimento” de Carlos Teixeira, “um discípulo dele” chamado Francisco Gonçalves, da Universidade de Évora, “deu continuidade” ao trabalho até 1988. Ao longo das duas décadas seguintes, A. M. Galopim de Carvalho reformulou, desenvolveu e conclui o livro com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.
José Mariano Gago
O «Dicionário de Geologia» “é uma obra antiga, que demorou muitos anos a fazer”, referiu o autor. O resultado pode ser lido pelo público em geral pois “a escrita é feita de maneira acessível a qualquer não geólogo”, sublinha.
Para José Mariano Gago o livro é considerado um instrumento fundamental para a ciência.
“O que temos perante nós é a produção de uma terminologia científica em língua portuguesa, algo relativamente raro sobre a forma de dicionário”, afirmou o professor durante a apresentação do livro, na Reitoria da Universidade de Lisboa.
Actualmente, a produção de terminologias é, segundo o ex-ministro da ciência, “o elemento mais forte” porque é nela que se “condensa a capacidade de uma comunidade científica de comunicar organizadamente com as outras profissões e com os profissionais da comunicação”.
“Sem dicionários e sem terminologias científicas não há comunicação rigorosa, não há ensino das ciências, não há sequer pensamento científico organizado”, concluiu.
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